tonto de máquinas
tanto de pedras
que se empilham até o céu
sem medir alturas
coisas velozes
águas fumegantes
parafusos, porcas
porcas.
cospe sem nojo
um pedaço da cidade
estavam mortos e não sabiam
tudo assim,
tão cinza.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Porque sim.
Cada dia há um mundo diferente lá fora, e só um louco não perceberia. O Sol não é o mesmo todos os dias, a poeira que cobre o chão é renovada, o lixo o lixeiro leva, e o leite, o leiteiro traz.
Passam carros diferentes na frente da tua calçada, e você nem vê a placa deles. Talvez tenha vindo de muito longe. E você nem viu.
Aquela lâmpada, daquele poste, daqui da frente, não brilha todas as noites. Vai ver alguém esquece de acender. Vai ver, esse alguém sou eu. E então as noites são mais frias, o sono não vem, os pesadelos vêm, e o dia nunca chega.
Mas há os dias em que o Sol derrete as nuvens, o chocolate não derrete, o sorvete não escorre pela mão, e alguém te ajuda a carregar as compras do mercado. Esses são intermináveis.
Clareira no tempo
Cadeia das horas
Eu meço no vento
O passo de agora
E o próximo instante, eu sei, é quase lá
Peço não saber até você voltar
Passam carros diferentes na frente da tua calçada, e você nem vê a placa deles. Talvez tenha vindo de muito longe. E você nem viu.
Aquela lâmpada, daquele poste, daqui da frente, não brilha todas as noites. Vai ver alguém esquece de acender. Vai ver, esse alguém sou eu. E então as noites são mais frias, o sono não vem, os pesadelos vêm, e o dia nunca chega.
Mas há os dias em que o Sol derrete as nuvens, o chocolate não derrete, o sorvete não escorre pela mão, e alguém te ajuda a carregar as compras do mercado. Esses são intermináveis.
Clareira no tempo
Cadeia das horas
Eu meço no vento
O passo de agora
E o próximo instante, eu sei, é quase lá
Peço não saber até você voltar
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
se
nublado
talvez chovesse lá fora
mas aqui chovia.
sentiu como se uma gota de saliva
por acaso viesse a tocar o estômago,
poderia transbordar um oceano
não fosse pelas nuvens escorridas,
seria um dia bonito.
talvez chovesse lá fora
mas aqui chovia.
sentiu como se uma gota de saliva
por acaso viesse a tocar o estômago,
poderia transbordar um oceano
não fosse pelas nuvens escorridas,
seria um dia bonito.
Curitiba, 20 de Janeiro de 2009.
Sim, já escrevi outras cartas antes.
Cartas de amizade, cartas para a vó, cartas para primos que mal converso (por pura pressão da família). Mas nenhuma feito essa. Nenhuma assim, sem motivo aparente e sem ter que calçar os sapatos de chuva para levá-la no correio. Essa não precisará de selo.
Naquelas tantas revistas bobas (hoje são bobas) que lia lá pelos meus onze ou doze anos, uma vez li uma coisa que não consigo esquecer. Dizia que é preciso tomar cuidado com tudo aquilo que deseja, pois os desejos podem se realizar. Não exatamente da maneira como você imaginou que eles viriam. E talvez isso não vá ser lá tão agradável. Num momento de lucidez, ou insanidade, tentei não desejar mais nada grandioso demais. Nada que fosse surrealisticamente impossível ou não pudesse ser conquistado através do esforço do meu próprio sangue.
Estava indo bem. Estava indo muito bem. Mas então me deparei com portas fechadas, abismos intermináveis, distâncias impossíveis. E coloquei me para pensar mais uma vez se valeria a pena ou não desejar. Vale mais a pena sonhar.
Mas os sonhos também ferem. E a cordinha que está com uma ponta amarrada no tornozelo, e a outra no pé da cama, apesar da aparência, está velha.
'...minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza (...) tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose.'
Por que é então que parece faltar palavras para mostrar? Pobreza minha. Só sei que me sinto como um copo cheio até a borda. Se beber tudo, não parecerá demais? Se viesse com um pouco a menos, faltaria. Os movimentos externos podem fazê-lo transbordar e derramar boa parte do conteúdo. Não dá pra beber em uma posição confortável, sequer elegante.
E desde as primeiras cartas, nunca soube terminar uma carta. Como é que se introduz o final?
Sempre detestei finais.
Cartas de amizade, cartas para a vó, cartas para primos que mal converso (por pura pressão da família). Mas nenhuma feito essa. Nenhuma assim, sem motivo aparente e sem ter que calçar os sapatos de chuva para levá-la no correio. Essa não precisará de selo.
Naquelas tantas revistas bobas (hoje são bobas) que lia lá pelos meus onze ou doze anos, uma vez li uma coisa que não consigo esquecer. Dizia que é preciso tomar cuidado com tudo aquilo que deseja, pois os desejos podem se realizar. Não exatamente da maneira como você imaginou que eles viriam. E talvez isso não vá ser lá tão agradável. Num momento de lucidez, ou insanidade, tentei não desejar mais nada grandioso demais. Nada que fosse surrealisticamente impossível ou não pudesse ser conquistado através do esforço do meu próprio sangue.
Estava indo bem. Estava indo muito bem. Mas então me deparei com portas fechadas, abismos intermináveis, distâncias impossíveis. E coloquei me para pensar mais uma vez se valeria a pena ou não desejar. Vale mais a pena sonhar.
Mas os sonhos também ferem. E a cordinha que está com uma ponta amarrada no tornozelo, e a outra no pé da cama, apesar da aparência, está velha.
'...minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza (...) tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose.'
Por que é então que parece faltar palavras para mostrar? Pobreza minha. Só sei que me sinto como um copo cheio até a borda. Se beber tudo, não parecerá demais? Se viesse com um pouco a menos, faltaria. Os movimentos externos podem fazê-lo transbordar e derramar boa parte do conteúdo. Não dá pra beber em uma posição confortável, sequer elegante.
E desde as primeiras cartas, nunca soube terminar uma carta. Como é que se introduz o final?
Sempre detestei finais.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Lombada
É o que tem em cima da cama quando estou lá
Não tem Lua, sequer Luz
Mas tem um poste daqueles de rua.
Ilumina bem até.
Se lembrasse de metade dos versos que me vieram à cabeça na noite anterior, até sairia um poema belo.
Mas como das outras vezes, achei que tinha anotado.
Mas não anotei.
Não tem Lua, sequer Luz
Mas tem um poste daqueles de rua.
Ilumina bem até.
Se lembrasse de metade dos versos que me vieram à cabeça na noite anterior, até sairia um poema belo.
Mas como das outras vezes, achei que tinha anotado.
Mas não anotei.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
e como será?
domingo, 11 de janeiro de 2009
but I never wave byebye
Pra me separar da vida ao redor, só faltaram os fones de ouvido.
Porque óculos escuros são muito eficazes pra mim.
Só resta uma neosaldina na cartela, e essa especialmente tem mais areia do que as outras tinham.
Vejo papéis amassados, e vejo mãos no rosto.
Vejo uma janela fechada.
Vejo uma luz saindo do quarto ao lado, acompanhada de uma música que enjoei de escutar na primeira vez que ouvi. ('anybody e-e-e-else' e um violãozinho a la folk)
Sinto agora, os cabelos oleosos perto da nuca.
Sinto o perfume que sobe dos meus pulsos.
Sinto a pele das pernas.
E vejo meias azuis gastas de tanto uso.
A água está no final, vou buscar mais.
Isso foi hoje.
don't believe in modern love
Porque óculos escuros são muito eficazes pra mim.
Só resta uma neosaldina na cartela, e essa especialmente tem mais areia do que as outras tinham.
Vejo papéis amassados, e vejo mãos no rosto.
Vejo uma janela fechada.
Vejo uma luz saindo do quarto ao lado, acompanhada de uma música que enjoei de escutar na primeira vez que ouvi. ('anybody e-e-e-else' e um violãozinho a la folk)
Sinto agora, os cabelos oleosos perto da nuca.
Sinto o perfume que sobe dos meus pulsos.
Sinto a pele das pernas.
E vejo meias azuis gastas de tanto uso.
A água está no final, vou buscar mais.
Isso foi hoje.
don't believe in modern love
sábado, 10 de janeiro de 2009
Piña Colada
Uh sha la lá o enjôo passou.
Enxaqueca passou.
Tontura passou.
Tô me sentindo ó-te-ma.
E ainda por cima, fui convidada pra escrever num blog! Olha que dilíucia!
Era uma vez, uma menina que sonhava e acordava. Sempre acordava. Um dia acordou, e não quis mais dormir. Então os sonhos que sonhava de olhos abertos eram bem mais interessantes, e deste modo não perdia os sapatos e nem tropeçava em falhas.
Até que um dia ela ficou milionária, e tudo o que se poderia ter, ela teve.
O essencial, aquilo que não se paga....ela já tinha. Não era tipo figurinha repetida, era dela. Por direito. E isso não vai mudar.
Na onda dos "Era uma vez..."
Citando músicas.
Im findin' it hard to believe (trala-lálá).
Enxaqueca passou.
Tontura passou.
Tô me sentindo ó-te-ma.
E ainda por cima, fui convidada pra escrever num blog! Olha que dilíucia!
Era uma vez, uma menina que sonhava e acordava. Sempre acordava. Um dia acordou, e não quis mais dormir. Então os sonhos que sonhava de olhos abertos eram bem mais interessantes, e deste modo não perdia os sapatos e nem tropeçava em falhas.
Até que um dia ela ficou milionária, e tudo o que se poderia ter, ela teve.
O essencial, aquilo que não se paga....ela já tinha. Não era tipo figurinha repetida, era dela. Por direito. E isso não vai mudar.
Na onda dos "Era uma vez..."
Citando músicas.
Im findin' it hard to believe (trala-lálá).
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Vou te contar...
...coisas que só o coração pode entender.
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho...
Um sentimento estranho me arrebatou.
Vai ver foi resultado da minha caminhada pensante hoje, ao entardecer.
Fiquei andando calmamente, queria ver o sol caindo, mas ele mal apareceu.
Continuei andando, pra esvaziar a minha cota de pensamentos.
Quanto mais andava, mais pensava.
Quanto mais pensava, mais pensava.
Esbarrei em lágrimas, mas chorei todas elas pra dentro.
Não eram de tristeza.
Eram só de um aperto ruim, momentâneo, incômodozinho chato.
Tudo bem, me tampei os olhos, escorreram todas pra dentro. Bem doces.
Andei como se deve andar.
Com os pés.
Vi o mundo em um segundo.
Agora vou ali, contar estrelas.
O resto é mar
É tudo que não sei contar.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
desilusão ?
domingo, 4 de janeiro de 2009
put on yout red shoes and dance the blues!
E foi na sala 235 que conheci uma menina de 15 anos, que achou que eu era homem.
E então ela falou que se apaixonou por mim.
Continuo achando bizarro, piada de mal gosto, ou carência extrema.
Ou tudo isso junto.
Mas foi divertido.
Sou tão amável!
Vou ficando na pipoca aqui, com/sem molho inglês.
Sem sapatos vermelhos de dança.
Com a água de limão sem limão aqui.
Havia uma aranha marrom aqui, mas ela sumiu.
Férias meio sem sal, mas o ano vai ser com sal.
Que nem as pipocas.
Esse ano promete.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Yesterday.
Agora a casa está tão vazia.
Estou aqui, procurando em vão seu sorriso.
Procurando aquela risada tão boa, que seus olhos se fechavam.
Os olhos pareciam moranguinhos pretos.
Deixou uma saudade tão grande.
E ainda és tão pequenina.
Nestes dias que ora se arrastavam, ora passavam velozes, foi a luz que iluminava a casa.
Enchia todos com um brilho tão puro.
Sinto saudades já.
Verei novamente, já será Verão de novo.
Você veio assim tão de repente.
Escancarou as portas, nos devolveu os dedos que já havíamos perdido.
Me deu potinhos novos pra colocar aqui.
E estão todos destampados.
E em cada um deles, há uma gota de você.
E é tão fácil te amar.
E é tão áspera a sua falta.
Volta logo.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
La Valse D'Amelie.
Comecei bem o ano.
No Reveillón teve champanhe.
Teve sim, e era meio seco.
Mas desceu amaciando.
Teve fogos, e chinelão na rua.
Teve um punhadinho de risadas e sorrisos perdidos.
Teve aquele aperto que apertou mais ainda quando o pai vira e fala 'ele não está fisicamente, mas ele está aqui agora, eu sei'.
Teve um monte de comidas, e agora tem a minha correria pra perder o que não me pertence!
Tem umas saudades e um abraço e um beijo que eu ainda não dei.
Tá chegando.
No Reveillón teve champanhe.
Teve sim, e era meio seco.
Mas desceu amaciando.
Teve fogos, e chinelão na rua.
Teve um punhadinho de risadas e sorrisos perdidos.
Teve aquele aperto que apertou mais ainda quando o pai vira e fala 'ele não está fisicamente, mas ele está aqui agora, eu sei'.
Teve um monte de comidas, e agora tem a minha correria pra perder o que não me pertence!
Tem umas saudades e um abraço e um beijo que eu ainda não dei.
Tá chegando.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
'looking back...over my shoulder'
Foi bom.
A palavra que define o meu 2008 (agora que ele de fato passou e tá lá pra trás) é : surpreendente.
Não cansei de me surpreender.
Ora pra bem, ora pra mal.
Mas sempre me surpreendendo.
Sempre com aquela pulga atrás da orelha, sempre desconfiada, mesmo que não parecesse.
E foram tantas surpresas boas, que apagam as ruins.
Apagam as sensações ruins que vieram.
E agora começo um ano novo, com a cabeça erguida.
Com algumas certezas (mas nem tantas) e com uma maturidade lá meio infantil, porque não sei ser madura MESMO.
Um brilho novo que aparece todo início de ano.
Todo finalzinho de ano, meus olhos se mergulham em lágrimas doces.
É o momento em que olho pro céu e relembro do que passou.
Coloco as coisas cuidadosamente em distintos pratos da mesma balança.
E ela desta vez, foi favorável a mim.
Sorri feliz, então.
E espero que só melhore daqui pra frente.
2009 vai ser um ano bom.
Junto na mesma panela, tudo o que eu aprendi, tudo o que quero aprender.
Tudo o que aconteceu de bom, e o que foi ruim também.
Acrescento uma porção bem servida de amor, muitas palavrinhas recortadas de revistas.
E sensações novas também.
Também coloco vários potes do meu passado, pra que fiquem ali.
Cozinhando em banho-maria.
Visíveis e intocáveis.
Senão posso me machucar.
Pois é.
Meus braços andam ficando cada vez maiores.
Certa vez uma amiga me disse, que sempre abraço as coisas.
Sempre me jogo em tudo de cabeça, sem pensar muito nas consequências.
Abraço as coisas até com braço que não tenho.
Pois veja só, meus braços estão ficando cada vez maiores.
As saudades ficam aqui, enormes.
Dos amigos que estão distantes, mas sempre presentes.
Dos amigos que estão próximos, e sempre presentes.
Dos que estão ausentes, sempre presentes.
Saudades.
Há braços.
I can see that look in your eye.
A palavra que define o meu 2008 (agora que ele de fato passou e tá lá pra trás) é : surpreendente.
Não cansei de me surpreender.
Ora pra bem, ora pra mal.
Mas sempre me surpreendendo.
Sempre com aquela pulga atrás da orelha, sempre desconfiada, mesmo que não parecesse.
E foram tantas surpresas boas, que apagam as ruins.
Apagam as sensações ruins que vieram.
E agora começo um ano novo, com a cabeça erguida.
Com algumas certezas (mas nem tantas) e com uma maturidade lá meio infantil, porque não sei ser madura MESMO.
Um brilho novo que aparece todo início de ano.
Todo finalzinho de ano, meus olhos se mergulham em lágrimas doces.
É o momento em que olho pro céu e relembro do que passou.
Coloco as coisas cuidadosamente em distintos pratos da mesma balança.
E ela desta vez, foi favorável a mim.
Sorri feliz, então.
E espero que só melhore daqui pra frente.
2009 vai ser um ano bom.
Junto na mesma panela, tudo o que eu aprendi, tudo o que quero aprender.
Tudo o que aconteceu de bom, e o que foi ruim também.
Acrescento uma porção bem servida de amor, muitas palavrinhas recortadas de revistas.
E sensações novas também.
Também coloco vários potes do meu passado, pra que fiquem ali.
Cozinhando em banho-maria.
Visíveis e intocáveis.
Senão posso me machucar.
Pois é.
Meus braços andam ficando cada vez maiores.
Certa vez uma amiga me disse, que sempre abraço as coisas.
Sempre me jogo em tudo de cabeça, sem pensar muito nas consequências.
Abraço as coisas até com braço que não tenho.
Pois veja só, meus braços estão ficando cada vez maiores.
As saudades ficam aqui, enormes.
Dos amigos que estão distantes, mas sempre presentes.
Dos amigos que estão próximos, e sempre presentes.
Dos que estão ausentes, sempre presentes.
Saudades.
Há braços.
I can see that look in your eye.
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