domingo, 10 de janeiro de 2010

se gritar resolvesse e chorar aliviasse,
mas mesmo assim eu grito baixinho e choro de leve

acordei com ela controlada
pela tarde ela aumentou
à noite não havia o que fazer
perdi o controle
escapou e voou pra longe
até onde você estiver

mas chega logo
logo ali

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

diz que fui viajar

enquanto desaba o céu
há nuvens e flores que somem
há um grito que cala
e uma dor que escuta

dor que calada incomoda
choro de um pé que foi viajar
e nas mãos pedras sem jogar

é tudo que fica quando o resto vai embora
o grito ardido que queima a barriga espreme peito e coração

a cidade afaga e conduz
mas o lar doce lar se mudou sem avisar

sábado, 19 de dezembro de 2009

bagunça

a rua não havia
o céu só restava latejar (talvez fosse só por cima)

como surgem dois céus,
sendo que há apenas um
e ele fica pra lá

silêncio chato que insiste em incomodar
se um ruído tão distante tenta se enfiar

imersa em retalhos tenta se esconder
ostenta frente-a-fronte a balbuciar

mostra tanto que demostra o utilizar
de um afeto tão tamanho que vem a transbordar

domingo, 6 de dezembro de 2009

algumas coisas estão fadadas ao insucesso.

poisé.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ciclos?

queimar aos poucos, talvez

despetalar para então desabrochar.

despetalando...

domingo, 4 de outubro de 2009

família ê.


no final das contas o que sobra é a família, e sempre será assim.
Por mais que ela não seja que nem a que aparece na novela, ou nas revistas. Por mais que não seja perfeita, acho que sempre tem que haver um modo de tornar a convivência agradável.
Aqui em casa sempre foi meio complicado de viver em paz. Era sempre uma chuva de discussões normais à todas as famílias. Mas essas discussões foram se agravando, rebeldes sem causa (incluindo eu) aparecendo, modos de pensar diferentes. Pessoas diferentes.
E de repente estávamos lá, nós quatro. Quatro estranhos morando debaixo do mesmo teto, comendo da mesma comida, buscando liberdade e felicidade do lado de fora, enquanto dentro o caos comia solto e tudo o que era paz ia sendo destruído.
Tive os meus dias difíceis, e sei que ocorreram junto com dias difíceis para meus pais. Era complicado chegar em casa e ver que não me viam. Ver que a porta do quarto me isolava de uma família que eu sentia ter me renegado.
O tempo passou e fui conquistando de volta meu lugar na família. Em meio à papos bobos na hora da janta, comentários bobos no meio da novela, olhares inocentes, sorrisos bobos.
Pra mim, estava tudo bem.
Depois de uma semana agitada qualquer, vi que as coisas bonitas já não moravam aqui, e não moravam fazia tempo. Vi a rebeldia, sujeira, falta de consideração.
Hoje então, o lar explodiu. Quando a pessoa mais calma explode, significa que o caos chegou. Foi dito o que era pra ser dito. E foi escutado o que não queria ser escutado. Choveram coisas de ódio, caíram lágrimas de raiva. E então ficou claro que a casa é pequena, as pessoas são grandes.
Muita coisa ficou clara.

É por isso que só fotografam momentos felizes.

família á.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

coração.

coração.