segunda-feira, 31 de agosto de 2009

'música para se ouvir em silêncio'


Quero um tipo especial de silêncio por hoje
Este de agora está me causando náuseas

Prefiro o silêncio sincero que o lar não me dá
Mas que fora é fácil encontrar

Voltando pra casa, as nuvens pareciam apocalípticas
Eram todas em pedaços, nem dava pra chamar de nuvem
Eram muitas nuvenzinhas

Meu amor também se dispersa às vezes (tão raro)
Mas hoje ele se condensou
tanto, que quase doeu.

Causou é uma exposição de dentes acompanhada de uma gota salgada feliz.

domingo, 30 de agosto de 2009

natural

talvez o sossego more junto com a confusão
e sejam a mesma coisa, tudo depende de qual pé foi pro chão primeiro.

com um espelho ao lado as coisas ficam bem diferentes
dá pra ver como o tempo passou e o cabelo cresceu

tô tirando as coisas de cima dos ombros.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

laranja

laranja e era redondo
tornava a calçada mais viva e as casas mais velhas
deixou o ônibus com cara de carro indomável
e as árvores pareciam bushs

trouxe de volta um alguém de cabelos curtos com franja
roupas rasgadas e pés sujos
em cima de uma bicicleta cor-de-rosa
que percorria o mundo chamado: rua

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

ódio

é veneno
é vermelho

mas passa rápido e voa alto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

o belo

Coisas belas sempre me fizeram chorar (uso o termo 'belas' por ter sido o responsável pelo calejamento dos meus ouvidos e pela menção ao meu nome que não gosto nem desgosto).
Chorava ao ver cachorros machucados, velhinhos tristes, crianças felizes, arco íris, casais felizes, famílias felizes.
Choro ao ouvir músicas bonitas, vozes queridas, som de nada, som de tudo.
Choro de tristeza e choro de felicidade. Choro nos extremos.
Choro quando as coisas tornam se insustentáveis e não cabem mais em mim. Choro intensamente e vigorosamente quando não controlo. Choro calmamente e com risadas quando seguro as rédeas e amarro as pupilas.

Choro pelo belo, que é belo. E choro pelo triste, que é belo também.

provisório


é o cabelo que alonga o rosto fino que sempre será redondo
o aspecto de férias que desgasta o corpo que cansa
nesses olhos vermelhos forçados vidrados borrados

e essa casa que enche esvazia esfria esfria e só faz piorar.

bee

as meias caminham nos pés por dias
e a camiseta não se cansa de se surrar
o sorriso aparece quando lhe cabe
e a língua provoca

mas não tem importância,
pois os dias são todos iguais mesmo.