domingo, 1 de fevereiro de 2009

'eu sei, não é assim...mas deixa eu fingir?'


Um bando de gente por aí, diz que a gente só sente falta das coisas quando não tem mais. Aí fica se sentindo um bosta ridículo porque não deu valor. Sabe, acho que não tem nada a ver.
Têm uma pá de coisas que me pertencem (é isso mesmo) estão comigo sempre, e sinto muito a falta. Como isso acontece, não sei. Talvez porque fique pensando que um dia não vá ser assim, ou porque acabará o que é doce, ou porque as coisas não são assim pra sempre, ou porque não sei de nada mesmo.

Mas hoje foi ruim. Foi realmente ruim. Acordei sozinha, era mais de duas da tarde. Mas a janela do quarto estava cuidadosamente fechada, pra quê os raios de sol não chegassem até mim. Levantei, abri a janela. Troquei de roupa e desci as escadas. As mãos e tornozelos tremiam bastante (deve ser fome). Comi uma coisa qualquer, liguei a tv. E é incrível como parece que sempre passa a mesma coisa na tv. E isso faz com que o tempo passe mais rápido. Mas fiquei um tempão comendo, e não devem ter se passado mais do que cinco minutos.
Subi as escadas (poxa, adoro escadas) e coloquei qualquer música. Alguma coisa pra dar um som pra esse dia tão parado e igual aos outros.

Então pela trocentésima vez, conclui o que concluo todos os dias, mas admito: só sinto em alguns dias.

Saudade dói.

6 comentários:

isabela. disse...

êêêê lerê.

:B

fjunior disse...

é meio clichê e lembra refrão de uma música da legião urbana... mas sinto saudade do q eu não vi ainda... ou ainda do que algum dia eu vou deixar de ter...

Adriana Gehlen disse...

deixa eu fingir e rir?

:)

Mafê Probst disse...

Saudade dói, dói demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais.

Anônimo disse...

também sinto saudade das coisas antes de perde-las, só por saber que nao vou te-las sempre por perto.
na verdade, sinto saudade de praticamente tudo sempre, do que tenho, do que perdi, do ainda vou perder e do que eu ainda nem sei que vou gostar. é estranho sentir isso as vezes. parece que tudo que se torna parte de nós carrega um pouco de dor consigo, como se sofressemos pequenas mutilações todos os dias, não sempre com tanto drama quanto a palavra impõe, mas é um pedacinho que se perde, e acho que quando morremos velhinhos, morremos cheios de vazios.
blablablablá
beijones

Castor disse...

De repente o Fernando (sim, Pessoa), pode ajudar:

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.

Ricardo Reis