segunda-feira, 31 de maio de 2010

Segunda feira, onze e meia

E então deu vontade de escrever. Nem sei o quê, nem sei se tem o que escrever (mas já estou aqui). Só bateu a sensação de que precisava dizer alguma coisa.

Não sei se é uma melancolia leve que aparece por alguns dias, noites. Pode ser o vídeo do youtube que eu abri, o sorriso do umbi, o chá que acabou, a noite que tem que acabar. Não sei.

Sei que essa melancolia é até boa. Tem um sabor diferente. Sabe como é, felicidade é relativa mas alegria é insconstante. Euforia idem. Parei então pra pensar nas roupas que eu não lavei, sendo que liguei a máquina e deixei metade das roupas em cima da cama.

Tem tanta coisa pra pensar, mas hoje mais do que nunca quero pensar em coisas que passaram. Tipo os brinquedos perdidos da infância que até hoje são lembrados. Ou o carinho e o olhar de um dos homens da minha vida. Aquele que cortava a minha franja, me botava num banco alto (que eu amo até hoje), me levava pra pescar, me mostrava suas coleções, ria de mim, ria comigo, e tinha um dos olhares mais profundos, que aguardo ansiosamente rever. Esse é um capítulo especial.

Também tem todas as mudanças e perdas de amigos, e amizades fortalecidas. Tem os amores vividos, os amores morridos. A rebeldia sem causa, achar que era dona do mundo, quando os dias duravam incontáveis horas.

Mas tá, quem vive de passado é museu. Mas como deixar de carregar esses pensamentos que me vêm à cabeça todos os dias? São tão importantes quanto sair de casa sem as pantufas (ou chinelos).

É só isso mesmo, só lembrar. Dar uma olhada no álbum de fotos que separei sem ordem correta e guardei na memória. Não é preciso ficar triste para se sentir bem. Já que é a felicidade é que faz sentir me viva.

E a cada dia que acordo e me olho no espelho, vejo uma cara de sono, um cabelo sem cortar há meses, mas vejo beleza. Fui me construindo pra ser exatamente como sou.

Boa noite.

sábado, 29 de maio de 2010

Motivo

Mesmo quando não há
Quando há
e quando vai deixar de existir

Todos aqueles cílios hiper sensíveis-sensitivos
à flor da pele absurdo delírio
despejam uma enxurrada de absurdos

Depois da descarga seca se o lencinho
droga droga droga droga droga

pra quê.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amizade

O que motiva assim, palavra sem verso jogo sem rima?
Talvez uma amizade dispersa, amor de amigo, tempo perdido
Aquele tempo que ganhei ouvindo sua risada forte e alta
Me divertindo com olhos brilhantes e uma adolescência desabrochando

Caminhadas longas, três mil sóis quentes derretendo o gelo da coca cola
Agonias ingênuas, trivialidades infantis
Uma maturidade imatura onde o hoje era tudo o que eu tinha
E enxugava com lágrimas e sorrisos um futuro que me prometia

Cá estou no futuro que não imaginei, na vida que não sabia
Não imaginava onde ia dar, que caminhos ia tomar
A vida então me sorriu mais uma vez (acho que ela sorri todos os dias)
Encontro um tipo de felicidade a cada instante

Para o Tales, que insiste em me lembrar que é um amigo maravilhoso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Bondinho

Não dorme no chão que a cama é quente o chão é frio
No frio do chão que está tão quente cadê o quente
E na cama tem frio

Ronco sonho pesadelo mistura realidade ficção sonho fantasia
Delírio absurdo sanidade felicidade
Pisco, você pisca, nós piscamos
Passou uma noite inteirinha de sono
Dois pra dois, um pra cada acorda descoberto


sábado, 1 de maio de 2010

No ninho

Essa insegurança de se segurar
nas costas de algo grande
encontrar algo pra viver
encontrar algo pra morrer (dentro de mim)

Vai tudo passando e correndo
saltitando nessa estrada com fim
Aos poucos a vida vai morrendo
até me mostrar que ela vai é vivendo

Quando tudo parece escuridão
preciso deste sorriso pra iluminar
guardo no coração, pra acalmar
e quando quiser, acessar.

Mas quando preciso da vida real
procuro realidade
encontro perguntas e lacunas
e acima de tudo, você correndo por mim

A angústia então assume seu lugar
vou lutando pra ela se mandar
chuto as portas alago lençóis
soco a cara de quem se intromete e o vazio diminuiu

Mas nessa noite fria, eu queria mesmo é não usar três cobertores.