terça-feira, 31 de março de 2009

7:45

Tarde pra isso, cedo praquilo.

Sento de costas, pois gosto de observar o que passou. Gosto de me acomodar, mesmo que ninguém ofereça uma cadeira. Gosto de observar. Gosto de matutar sobre o que foi.
Ouço conversas alheias, e elas me dizem que a barriga é de dois meses, mas a criança já tem sete. E quando nascerá, ninguém sabe. Talvez nunca venha a nascer e vá vivendo como um parasita. Até que ambos definhem tristemente.
É uma pena.

Não entendo porquê alguns olhos são tão profundos, feito poços intermináveis e iluminados. E outros são poços tão rasos, da altura de um polegar. Não interessa se são verdes (verdes), azuis, castanhos, cor de mel, cor de nada, cinzas como água. Uns prendem tão loucamente, que não se sabe em qual dos dois pular.

Gosto de um mal feito. Gosto de um caos, desordem, bagunça. Adoro a total falta de nexo. É maravilhoso não ter que se justificar sempre, e saber dizer o porquê de cada pedra debaixo do pé. É bom, mas nem sempre.
Mas acomodar se é excelente. A sensação que tenho quando olho pra dentro, é muito boa. Como se houvesse um punhado de almofadas cor-de-doce organizadas em cima de um tapete macio. E é aí que eu me afogo, querendo me afogar. E meus pulmões ora tão fortes, demonstraram uma fraqueza muito mais forte do que a força em si.

Não sei condensar o que não pode ser condensado.
Então vai em prosa.

sábado, 28 de março de 2009

Dias atrás foi aniversário do vovô. Coincidentemente, caiu no dia do aniversário de um grande amigo. Aliás, foi o aniversário do amigo que caiu no dia do aniversário do vovô.

Sempre acho uma imbecilidade isso de os pais quererem ser amigos. Eles devem ter uma autoridade sobre os filhos, e isso impede uma amizade entre as duas partes, pois amigos não tem autoridade nenhuma uns sobre os outros. Mas os avós são diferentes. Não tem lá aquela autoridade, e não são exatamente amigos.

Noite passada sonhei com o di. Com o di e com a juju. Chorei no sonho, acordei chorando.

Acordei, me analisei e corri pro banheiro. Sorri.
(Só quem viveu o pseudo drama de sexta feira vai entender)

Pintei as unhas de azulejo português. E acordei com um sonho tão claro em minha mente, que quase me pula pra fora da pele. Mesmo sendo o inverso do reverso do que eu vivo.

Hoje então, reina a paz no lar.
Suave, doce, meio sem sal, áspera, significativa.
Bem como ela deve ser.

domingo, 22 de março de 2009

tiritas;


primaveras em janeiro.


oi, eu sou a Isabela e sou super brega.

sexta-feira, 20 de março de 2009

debaixo do gelo há fogo bla bla bla.

Vou lá arrumar o quarto e resmungar sozinha.
Tem pilhas e pilhas de livros pra ler, todos pela metade. E o meu ânimo tá lá nas al-tu-ras pra ler todos eles. Tenho que tirar todas as coisas de cima da mesa, pra poder usar a mesa como mesa. Ela mais parece uma estante ou um guarda roupas. Ou também lixo.

Descobri três copos diferentes, pacotes de bolacha no lixo e uma banheira de bebê debaixo da minha cama. Todas as minhas bolsas estão espalhadas pelo chão, cada uma com surpresas fabulosas dentro. Tem uma caneca que não sei como foi parar, halls pretos no final aos montes. Pulseiras de neon e moedas de cinquenta centavos.

Vou enfiar todas essas coisas no espeto e queimar feito marshmellows. Comer uns morangos congelados e leite em pó. Vou deitar na minha cama e dormir loucamente. Vou tossir umas duas vezes, ligar o rádio, desligar, ligar de novo, desligar e pensar em dormir.
Vou virar pro lado direito e me sentir desconfortável por estar virada pra parede.
Então deitarei virada pro esquerdo, mas me sentirei desconfortável também.
Abrirei a janela, e vai ventar. Então fecharei, e ficará abafado demais.
E então a porta vai se fechar, vou lançar pragas pra vinte gerações, vou desejar que o mundo desabe, vou tacar fogo no que aparecer.

Vou me acalmar, porque amanhã passa.

quinta-feira, 19 de março de 2009

blherf.


Antônio Alay.

quarta-feira, 18 de março de 2009

you know, those were different times...


Enxaqueca.

Pela terceira vez na minha vida, fodendo a minha vida.
Aham, a vista treme.
Aham, dá enjôo.
aham, não dá fome.
Aham, mal almocei e não jantei.
Aham, não vou conseguir dormir.
Aham, cafeína faz mal.
Aham, é por causa de stress.
Aham, nem sabia que tava estressada.
Aham, acho que tô.

Me passa o vinho, a lata de leite em pó. Passa bastante maionese na coxinha, taca pimenta em cima também. Me dá bastante dinheiro.

Ou só um sorriso.

terça-feira, 17 de março de 2009

a valsa.

Não me surpreendo mais ao descobrir que pessoas têm coração.
Até aquelas pessoas que parecem as mais podres, as mais vis, as mais cruéis. Até essas possuem.

Sou bem daquele tipo que se derrete por qualquer flor. Seja ela rosa, vermelha, azul, margarida, begônia, gardênia, mosquitinho, tulipa...ou até um trevo de três folhas.
Mas sou do tipo que se encanta com qualquer pedra.

Preciso ler livros e me entregar à uma quarentena, pra não me sentir influenciada. Pois logo que fecho um livro, carrego as palavras e expressões. E é deveras sem sal se valer de palavras de outros e chamar isso de estilo próprio. Por que é que tô falando isso?

Sei que pela janela do ônibus, vou vendo todo o passado. E vejo múltiplos caminhos de futuro, todos tentando me convencer, e eu aqui sem saber. Deixo rolar, deixo acontecer. Deixo vir o que vier. O que quer que for, que quiser ocupar esta lacuna. Estou a cada dia mais, enxergando coisas diferentes e explosões multicolores que pipocam de todos os lados e de dentro de mim, pra fora, pra dentro, pros lados, pra cima, pra baixo.

Mesmo com tudo aquilo que aperta o peito forte, e feito um tapa na cara, me faz ter vontade de parar...há o que me faz sorrir. Sorrir com todos os dentes, ser feliz. De olhos abertos, ou fechados. Não sei quando, só sei que já me perdi.

De repente, não mais que de repente.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Isla de Encanta.


Tenho trabalhos pra fazer, não são muitos.
Mas não são poucos.
Preciso fazer, e me libertar dessa máquina maldita.
Preciso tirar o pote que tá na minha frente.
Preciso escrever coisa que presta.

Preciso tirar a tralha do chão do meu quarto.
Tava arrumadinho, e em dois minutos consegui converter aquilo num caos.

Fora isso, tá tudo ótimo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Flickr pra quê?

Hoje.
Felicidade em pote.
Apê do Rafa.

Unha do dedão do Pé.


Tão insignificante.

Mas dói. Virch, como dói.

domingo, 8 de março de 2009

Azulejo Português.


Algumas coisas não vão mudar nunca.
Tipo esse meu jeito imbecil de rir nas piores horas.
Ou o babaca modo de ser de algumas pessoas.

Tudo é relativo.

Acho que as nuvens adivinharam que deveria chover.
E então desabou o mundo, tremeu as janelas.
E aqui, dentro de casa, desejei que tudo se quebrasse e desfizesse.
Que tudo explodisse, pra começar de novo.
Mas veio então algo que me segurou nos eixos.
E fez se paz.

No meio de tantos entulhos inúteis, misturei dias passados e dores incuráveis.
Misturei lágrimas amargas com o pêlo do carpete.
E nem tirei o pijama ainda.

Mas chuto que nem toda dor é incurável.

- Papai, quero ser gueixa. É tudo o que eu sempre quis.

quinta-feira, 5 de março de 2009

I found a Reason.

A quinta feira, com uma cara de sexta.
Tô esperando pra poder trabalhar.
Tô esperando.
Continuo esperando.
Espero mais um pouco.
E sai correndo lá da minha novela, pra vir pra cá.

And you'd better come, come, come, come to me.

E o mundo tá todo chacoalhado.
Alguém perdeu uma caneta e eu encontrei.
Troquei de ônibus, mas as caras eram as mesmas.
Mesmo ao meio dia, os rostos eram cansados.
As conversas vagas.
Os olhares fixos em ponto nenhum.

E os homens da cidade continuam sendo sujos.

(e o deseín feito no sulfurizé)

terça-feira, 3 de março de 2009

Terça, dia de Faxina.


Sei lá que raios de dia é dia de faxina. Acho que ela sempre vai cair no dia em que a sujeira pular pra cima de você, e seu dedo afundar na poeira. Ou quando você sente um cheiro esquisito vindo de não-sei-onde.
Mas morando com pais, isso é um pouquinho diferente.

Ficar doente pra quê?
Pra poder acordar tarde, almoçar com calma, andar descalça e com pijamas de quatro verões atrás. Reclamar do calor. Tomar suco de pózinho. E ajudar na faxina. Ficar uma tarde inteirinha com a mãe na cola. Fazer social.

E ela ainda me diz pra tirar todos os livros do lugar toda semana, tirar o pó toda semana, arrumar o quarto todos os dias, dobrar as cobertas todas as manhãs.

Minha casa me deixa doente. Tive uma segunda feira maravilhosa e uma terça feira catastrófica.
Só pode ser isso. Cadê o paracetamol?

domingo, 1 de março de 2009

Mate.


Meus ouvidos ainda podem sentir as vibrações
e esse cheiro que não sai do cabelo
que está por dentro, por fora

É sempre bom expulsar uns demônios
mesmo que isso signifique uma pitada de nojo acompanhada do almoço de ontem.