sexta-feira, 10 de abril de 2009

There's a Starman waiting in the sky.


Ele tem um olho de cada cor.

O que me entristece, é a sensação de incompletidão, incomplensatez, incompletimento, incomplicidade (Tô incompleta por completo não. tô bem.). O fato de que em um universo tão gigante, o único que me diz respeito é esse aqui atrás dos meus olhos, e não consigo controlá-lo, sequer compreendê-lo. Em algum momento, deixei de querer entendê-lo, e fingi que não fazia parte de mim. Talvez assim, doesse menos. (Se é que doía).

É, cheguei àqueles extremos de deixar de cortar o cabelo, pra eliminar menos de mim.

Sempre cheia dos eu-me-mim-comigo, mas não sei quem sou.
Ora pois, quem sou? Você me perguntou.

Não é uma sensação de invasão. Detesto 'sensação', detesto 'impressão' (detesto o crunch também). Acho que se deixar conhecer, é mais íntimo do que qualquer coisa. Poderia ser vergonhoso, poderia ser incômodo. Foi novo.

Sempre reagi mal à novidades. Dá pra listar.
Só não consegui explicar pra minha vida, que o mundo está em constante mudança. E por vezes, acho que devia ser sempre assim, igual. Mas me enjôo com o igual. O cotidiano me sufoca, me implode e me enoja.

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?


Vou trocar o esmalte, arrumar o quarto pela milésima vez. Vou continuar detestando a mulher que pega o mesmo ônibus que eu. Vou fazer o que eu gosto, pra poder morrer daquilo que gosto.
Vou ficar longe da água, não vou andar descalça. Dormir cedo, olhar nos olhos. Sorrir do fundo do coração. Enxergar de olhos fechados. Não vou esquecer. E vou carregar feridas e flores. Na mesma mão.

Não vou esquecer.

2 comentários:

mayara c. disse...

será que quem tem um olho de cada cor vê dois mundos difentes?

uma vez, eu assisti às umas aulas de Patologia. daí eu vi como o ser humano é frágil e patético. As feridas nunca curam, sabia? o corpo continua tratando cicatrizes como corpos-estranhos.

jamais esqueceremos.

isabela. disse...

nem tô incompleta.

o que foi embora tá aqui.