domingo, 13 de junho de 2010

Amor

Já escrevi uma vez sobre o amor.
Bem mais de uma.

Não faço a menor idéia de quantas faces tem o amor, mas hoje pensei tanto. Pense acordada, chorando, sonhando, sorrindo, lembrando. Acordei de coração pesado, e comecei a esvaziá-lo, rever o que aflige e aliviar uma dor boba. Como quando a dor não é grande pra ir num hospital mas basta um painkiller e ok.

Mas e então, por que? Porque dormi mal, acordei pior, choro uma dor que não entendo, reclamo de uma vida que me agrada, implico com quem não merece? Não sei, mas o arrependimento que tenho hoje pela palavra mal dita ontem, é inexplicável, que um pedido de desculpas é só uma tentativa de reparação. Não custa tentar. Mesmo que meu pedido pareça sem sentido, atrasado, irreparável, ou qualquer outra coisa. Estou sendo repetitiva, sempre fui. Desculpe.

Desde sempre, desde que entendo me por gente, parece que a minha vida seria uma sucessão de erros. Me acostumei a abaixar a cabeça, esconder o choro, pedir desculpas e ficar pensando em como eu sou ruim e nunca boa o suficiente. Não faz sentido.

E vinha me sentindo uma das piores pessoas do mundo, talvez por saber que nunca vou ser boa o suficiente. Mas que tipo de critério é esse que estabeleci na minha vida, que nem eu sei do que se trata e qual é a escala de 1 a10. Então me satisfaço, percebo que minha vida é a mais maravilhosa. O que seria de mim se não fosse a minha vida? Tenho tudo o que quero, e seu olhar me acalma, me incrimina ver sua preocupação, me emociona seu carinho, me diverte sua risada, me conforta a sua existência.

Então como me conformar com meia hora disso por dia? Não sei, mas se não houvesse essa meia hora por dia, acho que eu morreria. São os minutos mais felizes e preciosos do meu dia. São a bateria pro resto do dia, a motivação pra minha vida e todo o porquê do sorriso e das lágrimas. Chorar não é sempre ruim, costuma ser bom. Mas minha vida é uma sucessão de felicidades interrompidas por reclamações bobas.

Calma, respirei fundo algumas vezes, já passou. Pois é, eu sempre entendo. Não me julgue hostil ou ingrata ou infeliz. Eu entendo mesmo. Mas minha falta de maturidade me impede de conviver imediatamente bem com as situações.

Quando a gente tava no início da amizade, assistimos um filme e falamos que a nossa vida era bem assim. "Se você pula, eu pulo." Isso nunca mudou em mim. Isso nunca mudou em você.

Amizade sempre foi um amor grande, mas mais fraternal. Porém tão puro quanto o amor-amor.

Desculpe pelas minhas desculpas, meu amor. Pelas minhas lágrimas com ou sem motivo, porque elas me ferem, mas se pra mim é ruim, pra você é pior. Só me abraça, me faz lembrar do gráfico, faz aquela boca que eu odeio. Porque mesmo odiando, eu não sei odiar nada que vem de você. Você nunca me feriu, porque apesar de tudo, eu sempre entendi.

Agora vou ali amarrar um cordãozinho no coração e trocar de lenço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho essa mesma sensação na aminha vida. e sempre abaixo a cabeça!