sábado, 17 de maio de 2008

Só pra relaxar.

Hoje, estava tão estranha.
Acordei totalmente sem noção de nada.
Ou de tudo, sei lá.
Dei comida pro cachorro, mas fui ver que era cedo demais.
Tarde demais.
Nem quis comer.
Fiz um mate gelado, fiquei ali de pé na cozinha.
Sentindo cada gole descer gelado pela minha garganta.
Lavei o copo, guardei o mate.
Sentei na frente do computador.
E fiz...nada.
Limpei a caca do cachorro, troquei de roupa.
Escovei os dentes, e sai de casa.
Fiquei andando, sem saber pra onde ir.
Aí parava, dava meia volta.
Andava mais.
Não sabia pra onde ir.
É, o caminho era aquele mesmo.
E voltava.

Andava, andava e só via pessoas estranhas.
São todos estranhos, logo, são nada pra mim.
E eu ia passando entre as pessoas, como se fosse invisível.
Pra mim, elas são invisíveis.
Pra elas, eu sou invisível.
Peguei uma bebida.
Sentei numa mesa.
Tirei papel, lápis e borracha.
E fiquei ali, bebendo e pensando.
Comecei uns rabiscos de leve.
E desses rabiscos, foi saindo um desenho bobo, simples.
Pra fazer volume, não é?
Como é que se chama mesmo...?
Vício?
É.
Era isso mesmo.
Vício.
As pessoas passavam por mim, me olhavam esquisito.
As crianças passavam, sentavam ao meu lado.
Ficavam olhando.
Não era pra mim que olhavam.
Era pra folha de papel.
Aliás, para elas, eu também era invisível.
Comentavam com os pais, como se eu não estivesse ali.
"Olha pai..."
"É...bonito, né, filha?"

O papel.

Então terminei a bebida.
Terminei o desenho.
Levantei da mesa.
E fiquei andando mais.
Totalmente sem saber pra onde ir.
Há algum lugar para eu ir?
Não havia.
Passava na frente de casas de conhecidos.
Pensava em dar um telefonema...
Tocar a campainha.
Qualquer coisa.
Hesitava.
Hesitei.
E não dei telefonema nenhum.
Nem toquei nenhuma campainha.

Achei que andar assim, ia me afrouxar o que aperta meu coração.
Achei que assim me sentiria um pouco mais livre e talvez me encontraria.
Ou encontraria partes de mim, ou o que quer que fosse.
Não encontrei nada.
Nada se afrouxou.
O aperto aumentou.

Então, cansei.
Decidi voltar pra casa.
Estava eu andando de cabeça baixa (como sempre).
Um garotinho me pára e diz:
"Moça, estou oferecendo vasinhos com flores...você quer?"
"...obrigada."
"... (cara de espanto) de nada."

E sai andando mais e mais.
Parei.
Olhei para as flores.
São flores simples.
Num vasinho simples e pequeno.
Um mimo.
O que há na cabeça e no coração de uma pessoa, uma criança, a ponto de sair oferecendo flores?
Deve ser amor.
E se não for, é algo muito bom.
É lindo.

Fiquei super emocionada.
Foi uma das coisas mais bonitas que já recebi.
O que é aquele garoto?
É um anjo?
O quê?
Não sei, mas ele me fez bem.
E toda vez que olhar pra esse vasinho de flor, com duas florzinhas amarelas, vou me lembrar dele.

Agora, estou com frio.

Take me or leave me - The Magic Numbers. (letra)
Música.

Um comentário:

Lucas. disse...

Mto bonito.
Mas não há nada o que comentar.
Tá completo.