sexta-feira, 16 de maio de 2008

Essa juventude, viu...

Essa juventude.
Ô juventude.

Acho que agora me sinto em condições de falar.
Esses dias estão sendo super ruins de passar.
E sei que hoje devo ter desabafado com umas várias pessoas.
E confio em cada uma delas.
Há pouco tempo, ou há um tempinho mais.
São queridas.

É tipo uma bomba relógio, sabe?
Ou panela de pressão, sei lá.
Fica ali, o tempo vai passando.
E uma hora, aquilo tudo estoura.
Vai tudo pelos ares.
E parece que o mundo vai acabar.
Ou até que o mundo acabou, mas esqueceram de te avisar.
E você tá lá, feito imbecil, adivinhando por si só que o mundo acabou ali.
É assim que tô me sentindo.
Sei que passa.
Tudo passa.
Mas tá horrível e não consigo segurar.
Já não consigo mais manter uma conversa normal sem falar dessas coisas.
E falando dessas coisas, não consigo parar de chorar.
Fico chorando o dia inteiro, e isso me dá raiva!
Me dá raiva não poder me controlar.
Nunca consegui, e nem havia tentado...
Mas é péssimo.
Ô se é.

Sei que eu tava a ponto de explodir.
Passei o meu dia gritando para o mundo, o quanto eu preciso dele.
O quanto eu preciso me sentir viva para viver, entende?
Estou me sentindo meio morta, sem coração, sem cabeça, sem nada.
Passo os dias perdida.
Não ouço as pessoas falando, me atraso.
Chego sem saber o que comer.
Nem tenho mais vontade de comer.
Fui reparar hoje, que mal comi.
Comi um pedaço de pão.
E graças à Carol, comi um pão inteiro!
E agora, dois pedacinhos de pizza.
E não sinto a menor vontade de comer.
A comida perdeu o sabor pra mim.
E o Sol já nem aparece mais.
Só fica esse tempo frio.
Esses dias cinzas.
E essa solidão ruim.
Há o que me conforte.
Mas são todos tipos diferentes de conforto.
Tem muitas pessoas que fazem eu me sentir bem.
São essenciais.
E acho que morreria sem algumas delas.
Mas há as outras.
Aquelas que não vejo a anos.
Aquelas que nem sei quando vou ver de novo.
Isso é horrível.

Só consigo ver por todos os lados, casais felizes.
Que nem devem ser felizes.
É egoísmo demais (ou seria presunção, ou o raio que o parta) achar que eles não são realmente felizes?
Eles sabem mesmo o que é a felicidade?
Eles sabem o que é o amor?
Será que sabem?
Eu acho que não sabem.
Vejo um monte de pessoas que se envolvem com outras, pra passar o tempo, sei lá.
Não que eu nunca tenha feito isso.
Claro que fiz.
E nem me arrependo.
Aprendi bastante assim.
Mas eles sabem o que é o amor?
Só me pergunto.
Só, me pergunto.

Aliás, eu sei o que é o amor?
Assim...eu aposto que sim.
Se tudo o que eu vivi/senti/sofri/chorei/sorri não é amor...
Então não sei o que é.
Deve ser algo bem parecido, maior, menor, ou igual.
Sei lá.

Mas é isso.
Parece que a vida resolveu me provar.
E deve ser isso mesmo.
Pra ver se eu vou conseguir passar por todas as coisas que acontecem e as piores que virão a acontecer.
Sei lá se eu estou indo bem nesse tal de teste da vida.
Só sei que estou sobrevivendo.
A cada dia que passa...a cada minuto.
Cada dia que eu acordo, nem sei se chamo de Vitória, ou de Tormento.~
Quem vê, até pensa que a minha vida anda sendo um mar de espinhos.
Não é bem assim.
Mas não anda sendo um mar de rosas.
E então, acho que caio na real e imagino: é isso a vida?
É.
É isso a vida.

Não sei o que ando sentindo mais.
Sinto saudade.
Aliás, o sentimento que sempre prevaleceu em mim, foi a saudade.
Desde que era criança.
Quando me mudava de cidade...nas escolinhas.
Aquelas amiguinhas que eu cuidadosamente cultivei por um ou dois anos, estavam ficando pra trás.
E aquelas juras de criança: vou lembrar de você pra sempre.
É.
Eu ainda me lembro de muitas dessas crianças.
De cada cidade que passei...
Cada escolinha que estudei.
Cada coisa que vivi.
Me lembro das pessoas.
E dói saber que na maioria das vezes, elas não lembram de você.
E penso no que meu pai disse com relação ao meu avô.
"Só não esqueça. Jamais."
É.
Jamais.
Eu jamais esqueço.
Nada é esquecido em mim.
Até já disse alguns dias atrás...
Se a vida é um livro, o meu não sai da página.
E eu vou enfiando mais e mais palavras na mesma página.
As memórias são todas vivas em mim.
Por mais que não pareça.

A cada mudança, meus pais sempre falavam: esqueça. Eles não vão lembrar de você.
E eu, coitada. Chorava.
Chorava e chorava.
E falava que nãão, eles iam lembrar de mim pra sempre.
E que a nossa amizade era eterna e coisa e tal.
E a maioria dessas amizades eternas morreram.
Pra mim não.
Eu ainda me lembro de todos os detalhes.
Ainda bem que existem as amizades eternas.
Ainda bem.
Senão já tinha ido desta para uma melhor.

Pra que se preocupar com os problemas então?
São todos inevitáveis.
E aquela história de que o gramado do vizinho é mais verde?
Parece mesmo.
Sempre parece.
Até que o tal do vizinho vire seu amigo.
E te mostre todo o paraíso cheio de felicidade e unicórnios cor-de-rosa que tem dentro dele.
Ou te leve até o buraco, dos mais profundos.
Me sinto assim às vezes:
Levando amigos até o buraco.
É egoísmo isso.
Sei que é.
Mas é algo que grita de dentro de mim.
E eu não consigo evitar.
É um vazio que sinto desde sempre.
E desde sempre ele faz parte de mim.
Acho que nem conseguiria viver sem esse vazio.
Mas eu quero tentar.
Acho que a felicidade é uma coisa boa.
Tenho certeza de que é.
Quando era criança, me lembro de algumas vezes, os pais na cozinha.
Eu criança, lá no quarto.
Sabia que meus pais tavam na cozinha, meu irmão no quarto ou na sala.
Tudo estava bem.
Mas me batia uma coisa estranha no peito.
Uma sensação super ruim.
E eu fechava a porta do quarto, ou entrava no banheiro.
E chorava.
Nem sabia o que era isso.
Pensava que eu era anormal, tinha problemas mentais, tinha uma doença incurável, era etê, ia morrer.
Qualquer coisa.
E até hoje, sinto a mesma coisa.
Igualzinho.

Mas chega o dia, que aparecem coisas/pessoas que mudam isso.
Fazem você se sentir diferente e único.
Te fazem sentir essencial.
Como se naquele momento, nada mais importasse.
A única coisa que importa, é você.
E esse vazio vai diminuindo.
Não sei se o vazio que diminui, ou a pessoa compartilha contigo.
Sei lá.
Mas a dor diminui.
E você vai aos poucos saindo da casca.
Vai esboçando uns sorrisos.
Começa a ver como o mundo é bonito.
Como há tanta coisa nova e diferente para se ver, basta abrir os olhos.
E era assim.
Mas parece que é uma coisa utópica demais.
Distante demais.
Surreal.
Entende?
Inatingível.

Ultimamente meus sonhos parecem todos surreais demais.
Tinha muitos sonhos.
Era uma menina cheia de sonhos.
Era quieta.
Calada, super na minha.
Mas por dentro, eu era um paraíso cheio de flores e sol e brisa leve.
Cheia de coisas bonitas.
Aos poucos...meus sonhos foram todos sendo largados.
Tenho o desgosto de ligar pro que as pessoas dizem.
Por mais que não pareça.
E assim, um a um, foram sendo largados.
Abandonados.
E hoje, parecem impossíveis.
E alguns são.
Mas estão lá.
Junto com as outras caixinhas do meu coração.
Hoje, parei pra pensar:
Qual é o meu sonho?
Ser feliz, óbvio.
Mas e além desse?
Os outros, menos importantes.
Quais são?
Vida profissional?
Amor?
Filhos?
Casa?
Cidade?
Cabelo?
Qualquer coisa.
Cadê?

Ando me sentindo vazia.
Isso sim.
A fonte que alimenta os meus sonhos, sabe lá onde foi parar.
Estou procurando.
Até mesmo nesses meus sorrisos fingidos.
Nessas piadinhas infantis.
O fato é que eu não sei ser séria.
Sei ser séria do meu jeito.
E o mundo não é assim.
O fato é que eu não me adaptei ao mundo.
E de fato, é mais fácil eu me adaptar ao mundo, do que ele se adaptar a mim.
Sei lá.
O mundo que não está preparado, ou eu que não estou preparada?
Isso de certo e errado não existe pra mim.
Aprendi a não ligar pro que a maioria das pessoas dizem.
Tenho tipo uma máquina dentro de mim.
Eu ligo pra algumas coisas.
Outras eu ignoro.
E quase sempre, ligo pras mais bestas.
E ninguém entende isso.

E além de saudades, sinto o meu peito apertado.
Está ali, esmagado.
Nem sei mais o que é.
Mas beira o insuportável.
Por mais que aconteçam coisas boas, elas me dão um alívio momentâneo.
Não sei me conformar.
Aprendi a me alegrar apenas com o que eu quero que me alegre.
Não é qualquer vitória que me anima, entende?
Entende?

Por hoje, sei que chorei.
Eu ri.
Mas chorei muito.
E por dentro, estou morrendo.
Nem sei mais como vou acordar amanhã.
Me sinto outra pessoa.
E sinto saudades daquela de antes.
Aquela que eu era.
E aquela que se perdeu em algum lugar.
Pra mim, tá sendo difícil.
É ruim não se sentir recompensada nunca.
Nem sei pelo quê.
Mas parece que ultimamente a vida só tem me feito o que mais tenho medo.
E tenho medo de tudo.
De morrer, lagartixa, ir embora, dizer adeus.
Mais que tudo, tenho medo de morrer sem fazer as coisas que eu quero fazer.
Sem poder falar uma vez na vida: Uau, como sou feliz!

Mas se a vida me der um momento, um só.
Não precisa de um "felizes para sempre", mas se me der um momento que me encha de felicidade para sempre, já posso morrer feliz.
Porque já nem sei mais o que fazer.
Sempre falo que não sei mais o que falar, e acabo falando muito.
Mas quando leio tudo, parece que não escrevi nada.
E acho que não escrevo nada mesmo.

Sinto saudades.
De tudo.

3 comentários:

Lucas. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lucas. disse...

Tinha errado dois erros de português.

"Uma bíblia sim,
mas um bíblia que vale mais que mil religiões.
Bjo Isa

S. H. disse...

'the bible'!!! ooooh!
Iiis, amiga para todo o sempre. Eu me alembro de você! :D Aliás, eu não me alembro, porque se eu disser que eu me alembrei de ti é porque eu esqueci... e eu não esqueci.
enfim, mim ama você!
obs: queria poder ter te dado meu ombro hoje também. =/