quinta-feira, 24 de julho de 2008

Esqueci o título, aí ficava dando erro.

11/07/08


Pode me bater, Simone.

Não entendo nada de tênis. Hahaha.

Eu jogava tênis naqueles jogos do Super Nintendo, perdia sempre e nem sabia porquê.

Ah, é muito divertido assistir!


16/07/08


Fiquei cinco dias sem escrever.

O máximo eram as palavras cruzadas do jornal.

Tava enlouquecendo.

Há dias não durmo bem.

Meu corpo todo dói.

Estou com muitas saudades.

Dói ver que já não me sinto mais tão confortável aqui.

É acolhedor.

Mas não é a minha casa.

Andei tanto.

Passei por lugares da minha infância.

Me vi correndo por aí nas ruas.

Me vi caindo.

Me vi chorando e levantando.

Ouvi as minhas risadas que ficaram perdidas por aí.

Me esvaziei inteira (ou quase).

Chorei o que tinha pra chorar.

Sorri de verdade.

E agora sinto que sou eu.

Me descobri como me fiz.

Descobri do que é que sou feita.

Separei cuidadosamente as caixas mais próximas e as mais distantes.

Quis jogar algumas fora.

Mas vi que elas já estavam jogadas.

E ao relembrar, as tirei do limbo no qual estavam quase totalmente esquecidas.

“Não, não...essa é importante.”

Meu gosto já não é mais o mesmo.

Minha cor favorita, qual era mesmo?

E essa comida? Poxa, eu adorava...

Me olhei no espelho, então.

O mesmo espelho de sempre.

Aquele que eu nem alcançava.

Credo, como envelheci.

Tenho tão poucos anos, mas às vezes parece que tenho muitos.

As coisas não são mais as mesmas.

O piso mudou...

Adorava quando era carpete.

E faz alguns dias, meu sorriso sumiu.

Sinto falta das minhas coisas.

A minha cama.

Os meus cantos.

Aonde eu nem me acho, mas não me canso de tentar.

E tudo foi tão repentino.

Feito uma enxurrada.

A diferença é que as coisas não foram embora.

Ficaram todas.

E aos pouquinhos vão escorrendo.

E um dia, vão sair todas de uma vez.

Pra quê pressa?

E no final das contas, vi minhas fases.

Tenho fases de ser tão menina.

Outras, de bancar a mulher.

Tenho fases de falar.

E outras de ouvir.

São tantas...

Me resta aprender a conviver.

Foi um descanso, e ainda está sendo.

Mas algumas coisas estão muito reprimidas aqui.

E não posso deixa-las gritar agora.

Agora não.

E um pouco mais de descanso fará mal.

E não quero mal.

Estou revigorada.

Pronta pra começar tudo de novo.

Melhor dizendo, continuar.

Algumas coisas aqui estão saltitando e faiscando de felicidade.

Aliás, me surpreendo ao usar a palavra “feliz” mais vezes numa frase.


Roxette.

Incubus.

Mr. Big (essa vai pro Rafa).


(vai vir muito mais. Agora peguei o caderno pra escrever...)


*Terminei de ler Lolita! (aleluia!)


19 (quase 20)/07/08


Céus.

Como eu bebi nessa festa.

O mais incrível é que estou bem.

Fiz o quatro, to escrevendo...

To consciente, céus.

To com sono, muito sono.

Saudades tá implícito.

A Simone vai embora.

Vai fazer faculdade.

Vai morar sozinha.

E eu torço muito pra que ela seja feliz.

Talvez por eu estar tão feliz por ela, não chorei.

Não chorei ainda.

(Risadas, muitas risadas)

Aí fiquei sem saber o que falar.

To sentindo o cheiro do creme que passei.

E vi como é fácil me satisfazer.

E esse cheiro me satisfaz.

E as tais mudanças exteriores mudam a gente por dentro.

Me sinto velha, apagada.

Me sinto meio infantil.

Minha letra tá péssima (acreditem) e vou parar, porque ainda lembro da (impossível entender essa parte), e estou prestes a esquecer.

Saudades, saudades.

Muitas.


21/07/08


São 02:45 da manhã.

Estou enjoadíssima e minha cabeça gira.

Meu cabelo tá com um cheiro horrível de tinta.

Deve ser por isso o enjôo.

E então, minha vista virou um monte de mandalas assimétricas.

Todas pretas com um azul metálico.

Sei lá se era metálico, mas piscava.

Ora estrelas, ora ondas.

Quero ver Femme Fatale.


É, acabei de transcrever tudo.

Credo, é muito pouco.

No final das contas, escrevi super pouco.

Levando em consideração 13 dias fora de casa.

Aconteceu tanta coisa, mas ao mesmo tempo aconteceu tão pouca coisa.

Comi, e como comi.

Engordei, e até meu pai falou que a minha cara ta redonda.

(Não visualize uma bola)

Cortei, pintei o cabelo.

Fiquei com uma cara meio diferente.

E algumas coisas em mim mudaram.

Reparei na minha enorme necessidade de expressar as coisas até o talo.

Expressar de todos os modos, para que fique tudo o mais explícito possível.

E enxerguei pouco sentido nisso.

Convivi com pessoas diferentes.

E vi que aqui é mesmo o meu lugar.

O meu lugar de agora.

O lugar de depois, não será mais aqui.

Será lá.

(Mas isso é outro papo)

E convivendo com outras pessoas, aprendi a ver outros pontos de vista.

Eu já sabia, claro.

Mas não tanto.

Aí vi como é viver a vida por outro lado.

Acordar a hora que quiser, fazer comida se quiser.

Comer se quiser.

Sair de casa se quiser.

Nada mais me prendia.

Não havia tantos horários.

Não havia tantas responsabilidades.

E vi que viver assim não é legal.

Não é legal voltar pra casa e não ter alguém esperando.

Alguém que vá sorrir e te acolher.

Tirar os sapatos e sentar.

Sentar e conversar sobre o dia que passou.

Viver assim não é legal.

É o tipo de vida que me espera um dia.

Mas espero que esse dia esteja longe.

É triste viver assim.

É triste conviver com um monte de lembranças, e não poder fazer nada para reaviva-las.

É triste ver que sobrou um par de sapatos, umas camisas nos cabides.

Uns perfumes que ele nem usava mais.

E toda a bagunça dele, cuidadosamente arrumada.

E que ninguém ousou mexer até agora.

Parece que ele saiu.

Foi viajar.

Foi passear pra algum lugar.

Mas ele pode voltar a qualquer instante.

E ele vai voltar, não vai?

Ele tem que voltar.

Ele faz falta.

Como a gente faz pra almoçar sem ele?

A gente tem que esperar ele pro almoço.

“Isa, chama ele pro almoço.”

Ele não ta no sofá.

Ele não ta no quarto.

Sequer na sacada.

Aonde ele ta?

Fiquei uns dois dias com essa impressão.

Aí então, fui visita-lo.

Como dizem, o novo endereço dele.

Cheguei lá.

As lágrimas já me enchiam completamente o rosto.

Fazia bastante sol.

Acendi uns incensos.

Ajeitei as flores.

Sentei.

Ele sempre me falava pra sentar, ficar confortável, me sentir bem.

Sentei.

Fiquei ali, conversando.

Eu falei, você gostava de ouvir, não é?

E em meio a lágrimas e risos, vi o tempo passando ali.

Parecia uma menina rindo sozinha, mas não era.

Você estava ali.

Levantei, andei pelas ruas.

As pessoas me olhavam de um jeito estranho.

Vai ver foram as lágrimas que ficaram todas no meu rosto, e esse sorriso meio de lado, meio triste que me restou.

Faz falta, viu.

Faz muita falta.

Como será o Natal?

E o Ano Novo?

E o aniversário?

E quem vai reclamar do meu cabelo caindo no olho?

Vai falar que eu cresci, só pra animar.

Vai me olhar com aqueles olhos cinzentos, feito água corrente.

E vai me contar todas as histórias da minha infância, que eu nem lembro mais.

Agora, como eu me sinto?

Vamos ao saldo de quase fim de férias.

Me sinto bem.

Me sinto mais leve.

Parece que algumas coisas voaram pra longe, ou pelo menos tão presas feito balões de gás.

E não mais aqui dentro, enchendo o saco.

Algumas coisas não fazem tanta falta quanto parecem.

E outras fazem bastante.

Sinto falta de amigos que estão longe, mas fico super feliz por ver cada um se encaminhando e fazendo o que gosta.

Afinal, o que está aqui dentro de nós, não muda.

Podem passar dias, meses, anos...

Não muda.

Vejo a Simone com intervalos de meses, e nunca muda.

Sempre é igual.

E eu adoro isso.

Não vejo a Gardênia faz uns dois anos.

E dói muito.

Mas quando a gente se ver, vai ser igual antes.

Mesmo a gente tendo crescido um pouco, ainda somos as mesmas.

Aquela Gardênia, sei que é a mesma que vai me ensinar muito ainda.

E eu ainda sou aquela Isabela que tem muito pra aprender com a Gardênia.

E até os amigos mais recentes, fazem falta.

Só vendo pra saber como o tal do Rafael e a tal da Johanna, e o tal do Design fizeram uma falta pra mim.

E estão fazendo, porque ainda não os vi.

Aquela saudadezinha boa.

Porque quando a gente se ver, vai ser bem melhor.

Estamos todos muito melhor.

A distância às vezes é essencial pra fazer a gente se sentir melhor.

A ausência não é o melhor remédio.

Mas a tal da ausência física faz um mal que traz junto um bem.

Me renovei, de verdade.

Me sinto super bem.

E de volta com essa vida de “pera aí, to postando. Cinco minutos!”

Aah, é ótimo estar de volta.

:D

Trilha de viagem de sempre.


2 comentários:

Rafael Kumoto disse...

Comecei a ver esse video do Cranberries e nem aguentei o começo da música, tirei. Não to no ânimo pra ver essa cena triste, depois de ler tudo isso...

Senti muita saudade, e vc deve imaginar quanto. E eu ando sentindo tanta saudade de ser aquele eu mesmo de sempre... Preciso descansar.

Que bom que você tá devolta!

Lucas. disse...

OHHHHHHH
OHHHHHHH
PAlMAS Urraa!
Lindo maravilhoso!
Uma obra prima!
(uma bela compilação de momentos inesquecíveis)
(é o que a vida é, afinal, se você for um pouquinho otimista)
Que bom que você voltou[2]
Saudades até o momento do reencontro.