terça-feira, 12 de agosto de 2008

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada.

E essa frase tá na minha cabeça à dias.
Fico tentando ler a visão dos outros, mas alguma coisa me ofusca, e me faz sempre virar os olhos pra dentro.
E lá dentro só enxergo um emaranhado de coisas, que se soltam.
Ficam mais leves e soltas, mas continuam emaranhadas.
É um mero disfarce.

Aquelas loucuras que aconteciam, do tipo passar mal e ver o mundo todo girando docemente, sumiram.
Não sei nem como.
Foi bem de repente.
E de repente, tudo sumiu.
Aquela sensação de que algo tava na minha garganta, pedindo pra sair...sumiu.
Quem sabe eu engoli, ou quem sabe saiu e eu nem reparei.

E o que é que explica a minha paz?
Deve ser a mesma coisa que explica o meu desespero.
Esse desespero que vêm mascarado de alegria.
Ou simplesmente é uma alegria leve, a quem eu dei nome de desespero.
Estou em dúvida.

E há tantas dúvidas.
Tantas que eu ainda nem consegui dar nome à todas.
E sempre que vou dando os nomes, surgem outros novos.
E lá vou de novo ao zero, e perco a conta muitas vezes.

Quem há para me chamar de flor agora?
E quem irá me fazer sentir como tal?
Ando meio despetalada, se quer saber.
Mas isso não significa que seja de todo ruim.
Apenas tenho uma vida breve.
Uma existência inconstante.
Às vezes existo, outras vezes não.
E as pétalas vão lá, caindo sempre.
Mesmo que as cores mudem, e os perfumes se confundam com os outros...
Ela continua sempre a mesma.

Mesmo que as vezes eu me jogue no chão a ponto de que você vá e pise sobre os meus cabelos.

Mas há algum tipo de luz aqui dentro.
Que me faz continuar sempre, e florir na próxima estação.
Mesmo que os dias sejam frios.
E a flor se encolha toda, e murche.
Murche a ponto de quase morrer.
Ficar num estado quase irrecuperável.
Mesmo assim, ela continua.
Não sei como, e nem o porquê.

Fato é que muitas pétalas ficaram perdidas no caminho.
Umas estão aí.
Dê uma olhada, vai ver.
Outras eu preferi esconder e mostrar em momento adequado.
Outras estão aqui.
Mas talvez não sejam estas as mais belas.

Ah, deixa eu ver o que vem depois.

3 comentários:

isabela. disse...

me desliga nesse fim de noite.

mayara c. disse...

"Primavera se foi, e com ela meu amor...
Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz.
O perfume que andava com o vento pelo ar...
Primavera soprando pr'um caminho mais feliz...

Mais feliz, pois a rosa que se esconde
No cabelo mais bonito, é um grito
Quase um mito, uma prova de amor...

Primavera se foi, e com ela essa dor
Se alojou no meu peito devagar.
A certeza do amor não me deixa nunca mais...
Primavera brilhando em seu olhar
E o olhar que eu guardo na lembrança
Ainda traz a esperança
de te ter ao meu ladinho numa próxima estação..."

tu continua sendo a flor mais linda dos jardins, independente do que aconteça.

Ronald disse...

As flores de plástico não morrem. Também ninguém as quer direito. Eu pelo menos não.

Ficar despetalando-se pelos cantos é da estação ruim, já chega a estação boa. Como a de cima deixou... primavera.

Sei lá o que dizer ultimamente de pessoas que de fato nem as conheço, mesmo que seja amigo delas por anos e anos, muitas vezes elas mudam de um jeito que eu não acompanho. Então, o que dizer se não o óbvio clichê: melhoras, tudo vai dar certo, se não deu, é porque ainda não chegou ao fim. Sim, eu gosto de alguns clichês, algumas vezes fazem bem.

Por mais que eu escreva só baboseira, eu gosto de comentar vez ou outra no teu blog, me faz bem.