sábado, 6 de setembro de 2008

As mesmas velhas músicas.

Não são velhas.
Mas remetem a um tempo em que era tudo tão diferente.
Mas os sentimentos sempre foram parecidos.

Não é porque todos dizem que aqui é bonito, que eu vá acreditar.
Fui lá, vi.
Vivi.
Tentei.
Me arrisquei.
Fiz tudo o que me cabia ter feito.
Achei que era bonito.
Me enganei.
As lentes estavam embaçadas.
Vai ver eu seja mesmo louca de querer dizer Adeus.
Mas você sabe.
Quando eu puder, eu direi.

Eram as estrelas que eu queria ver?
Eu não queria ver as estrelas.
Era só um pretexto.
Um pretexto pra gente ficar.
Esticar um pouquinho a Primavera que me contagiava.
Aí todas as folhas, pétalas, flores, galhos caíram.

Eles vão voltar, não é?
Não preciso que alguém diga, pois sei que vão.
Sempre foi assim.
Não vai mudar agora.
Por mais que eu queira.
Por mais que os lençóis do meu quarto estejam cansados de ouvir as mesmas coisas.
Cansados das minhas carícias repetitivas.
Cansados de mim.

Vou lá, procurar alguma coisa pra fazer.
Talvez limpar as janelas.
Abrir, ainda não.
Não, aqui não é bonito.
Do lado de fora talvez seja melhor.
Do lado de dentro é estranho.
Feio.

Não quero mãos pra segurar.
Não quero.
O final é sempre daquele jeito.
É chato.
Cansa.

E se o vento parou e tudo voltou a ficar cinza.

Vá ver se a flor tá na esquina.

Um comentário:

mayara c. disse...

Pode não ser bonito, mas a gente vai enfeitando.
Colocando crepom no teto, desenhando nas paredes, pintando os vidros.

Vou abrir um movimento, algo tipo: Plante uma margarida na sua fossa.