quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

pós pós sei lá o quê.

Bom...pra variar, hoje eu acordei meio triste, me sentindo meio mal. (Sabe se lá pelo quê.)
Acordei bem sem graça e taióba mesmo, sem vontade de sorrir e nem de dar saltinhos felizes.
Tenho mesmo é muito medo de tudo, e isso já está me aborrecendo faz tempo, e como grandesíssima idiota que sou, não consigo mudar.
Tenho a necessidade constante de ter por perto pessoas que estejam lá SÓ pra mim. Mas isso é uma coisa meio rara, e acho que nesse caminho, eu deixei de fazer muitas amizades...Porque uma coisa que eu necessiiito-respiro-e-não-vivo-sem...é exclusividade.
É um horror, e se alguém quiser saber (alguém quer?), não vale a pena e faz só você mesmo sofrer. Talvez seja por isso que eu tenha poucos amigos. E sinto que esses poucos estão lá SÓ pra mim, e vão continuar por muito tempo.
Então, um aviso aos cidadãos que passam (que devem ser poucos, acho.). Se não vai poder ser só meu, pra eu dar abraços felizes ou chorar as pitangas a qualquer momento, nem entre na minha vida. Seja que nem o padeiro da esquina, o jornaleiro, o vendedor de leite...apenas me cumprimente e não dê bola pro que eu falar (e olha que se der chance eu falo eim...). É melhor pra todo mundo. Tenho testemunhas. Acho que fui bloqueada-excluída-e-totalmente-deletada da vida dessas pessoas, mas nem ligo.
E sei lá, quem sabe algum dia eu mude. Mas acho que nem quero mudar.
Vou colocar uns poemas e textos aqui. Acho que eles falam melhor do que tudo o que eu acabei de escrever.

*Canção

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olho, também...

*Infância

Levaram as grades da varanda
por onde a casa se avistava.
As grades de prata.

Levaram a sombra dos limoeiros
por onde rodavam arcos de música
e formigas ruivas.

Levaram a casa de telhado verde
com suas grutas de conchas
e vidraças de flores foscas.

Levaram a dama e o seu velho piano
que tocava, tocava, tocava
a pálida sonata.

Levaram as pálpebras dos antigos sonhos,
deixaram somente a memória
e as lágrimas de agora.


"- Sei, é ruim segurar minha mão. É ruim ficar sem ar nessa mina desabada para onde eu te trouxe sem piedade por ti,
mas por piedade por mim. Mas juro que te tirarei ainda vivo daqui - nem que eu minta, nem que eu minta o que os meus olhos viram. Eu te salvarei deste terror onde, por enquanto, eu te preciso. Que piedade agora por ti, a quem me agarrei. Deste-me inocentemente a mão, e porque eu a segurava é que tive coragem de me afundar. Mas não procures entender-me, faze-me apenas companhia. Sei que tua mão me largaria, se soubesse."

Os dois poemas são da Cecília Meireles, e o fragmento de texto é da Clarice Lispector em "A Paixão segundo G.H."
E acho que é isso mesmo, principalmente esse da Clarice. Ele fica perto do final do livro...e quando li essa parte, chorei muito. É tudo o que eu tento falar pros meus amigos, mas não consigo.
É. Hoje não sou uma boa companhia.

3 comentários:

isabela. disse...

e ai, topa?

Unknown disse...

Quem tem que dizer se você é ou não uma boa companhia são seus amigos, que estão falando com você...eu acho que é uma boa compahia sim. e ninguem vai ser exclusividade sua. O que pode acontecer é ser inteiro seu enquanto estiverem juntos.
E eu to tentando fazer o poema ainda...
;*

eu topo.

S. H. disse...

amo você.
e seriam os melhores 5 segundos que eu poderia ter.
:*