segunda-feira, 28 de abril de 2008

Como se disfarça isso?

Já consigo disfarçar a minha total infelicidade e descrença no futuro.
É, consigo.
Vitória!
Já consigo disfarçar muitas coisas.
Só essa maldita indignação é que eu não consigo.
Disfarço com uma cara de bunda maior ainda.
E acompanhada de um sorriso cretino.
Acho que todo mundo cai.
E o mais incrível, é que eu caio também.
Ótimo, excelente.

É só essa maldita indiferença que me deixa assim.
E me dá uma maldita raiva crescente.
E essa maldita raiva me tira a fome, o sono, a cabeça.
Mas hoje foi mais um dia, IÉS, sobrevivi.
Sobrevivi e fiquei com um sorriso cretino.
Vi-va!
Amanhã vai ser a mesma coisa, mas não quero pensar nisso.
Se é que eu faço falta em alguma coisa, não quero mais saber.
Sei que vou ficar indignada e brava e reclamando só até você fazer algo, e eu ficar dias e dias sorrindo feito boba.
Sei que vai ser assim, e sempre é assim.
Passou?
Tudo bem, tudo beleza!
A Isabela perdoa...
Ela esquece rápido.
A Isabela tem coração bom, ela não guarda mágoa.
Afinal: "Não dá pra ficar com a Isabela sem gostar dela..." e "ela é estranha (pejorativo mode on)."

Tá tudo bem, tá tudo beleza!
O mundo é colorido, um arco-íris.
As pessoas sorriem, os cachorros cagam e correm.
As pessoas são todas legais, e o mundo é le-gal!
Só não me deixe isolada.
Se estou vivendo nesse mundo, me deixe à par do que acontece.
Se é que você quer que eu saiba das coisas.
Uma das coisas que me orgulho, e às vezes me envergonho...é de ser tão transparente.
Isso me incomoda, e dói.
Mas às vezes me deixa super feliz, por ver que não consigo ser falsa.
Já tentei.
Ô se tentei.
Mas não consigo ser indiferente.
Não consigo disfarçar quando gosto e quando não gosto de alguém.
Ô vida.

Por hoje, vou comer a minha janta normalmente.
Vou lavar a louça.
Vou tentar fazer cara de pessoa normal.
Não consigo disfarçar mesmo.
Até a minha família que mal anda prestando atenção no que eu falo, percebeu que eu tô quieta.
Tanto perceberam, que não comentaram nada comigo.
Sempre é assim.
E vai ser sempre assim.

Em alguns momentos, acontecem coisas insuportáveis.
E no momento, a realidade está insuportável pra mim.
Quero gritar e sair correndo.
Quero ir pra um lugar sem ninguém.
Quero apagar a luz.
Bater a porta.
Desligar.
Apagar.
Sumir.

Descobri uma coisa que acho que faço desde todo o sempre.
Desde que isso que chamam de 'consciência' ou 'cabeça' ou 'mente' ou qualquer outra coisa existe.
Descobri que desde sempre, imploro e me ajoelho e me rasgo, implorando por atenção e amor.
Isso me envergonha.
E estou sempre tentando mudar isso, ou no mínimo, camuflar.
E mais uma vez, me vi aqui: ajoelhada implorando e mendigando restos.
Raspas e restos me interessam também.
Se o todo não pode ser meu, no mínimo um resto.
Um mísero resto.
E eu prometo tentar não incomodar.
Eu prometo amar.
Eu prometo que vai ser pra sempre.

Ou talvez eu esqueça de todo esse blá-blá-blá de amor.
Amar cansa.
Cansa quando não não funciona.
E sei lá se um dia vai funcionar.
Talvez o ódio seja mais produtivo.
Talvez.

Só na boa, gente.
Mantendo o sorriso cretino na cara dia após dia.
Hoje de noite (pelo menos e ainda bem) não sou uma boa companhia.
E por hoje, eu que decido se sou boa companhia ou não.
E eu não sou.

Sem música.
Com chuva.
E totalmente sem cor/sal/graça.

Boa noite.

3 comentários:

Lila Ricken disse...

Lilian Abraça isa!!!

Lucas. disse...

Isa.
A ironia só faz agente ficar com mais mágoa, porque assim você fica fingindo que algo não importa muito ou que não te incomoda o bastante.
Se incomoda, fale.
Se dói, grite.
Bjo. E durma bem.
P.S.: E se tiver que chorar, chore.

Anônimo disse...

me sinto hipócrita e falso!