quarta-feira, 7 de maio de 2008

Rosas e Vinho Tinto.

Não sei porque, mas fiquei pensando nisso o dia inteiro.
Não por causa do álbum, mas sei lá.

Não sou muito dada a citações, mas dessa vez, é preciso.

Sempre doía um pouco ser capaz de rir.

- só seu coração batia, e para quê?

Não. O mundo não sussurrava.
O mundo gri-ta-va!!

Eu estou é brincando de viver, pensou, a vida não é isso.

Ela uma vez vira uma amiga inteiramente de coração torcido e doído e doido de forte paixão. Então não quisera nunca a experimentar. Sempre tivera medo das coisas belas demais ou horríveis demais: é que não sabia em si como responder-lhes e se responderia se fosse igualmente bela ou igualmente horrível.

Teve vontade de gritar para o mundo: "Eu não sou ruim! Sou um produto nem sei de quê, como saber dessa miséria de alma?".

Ela era...
Afinal de contas quem era ela?

- Como é que eu nunca descobri que sou também uma mendiga? Nunca pedi esmola mas mendigo o amor de meu marido que tem duas amantes, mendigo pelo amor de Deus que me achem bonita, alegre e aceitável, e minha roupa de alma está maltrapilha...

- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim.

Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

Bastava olhar demoradamente para dentro d'água e pensar que aquele mundo não tinha fim. Era como se estivesse se afogando e nunca encontrasse o fundo do mar com os pés. Uma angústia pesada. Mas por que a procurava então?

E a pessoa está perdida. Seu olhar adquire um jeito de poço fundo. Água escura e silenciosa. Seus gestos tornam-se brancos e ela só tem um medo na vida: que alguma coisa venha transformá-la. Vive atrás de uma janela, olhando pelos vidros a estação das chuvas cobrir a do sol, depois tornar o verão e ainda as chuvas de novo.

Não posso ter raiva de mim, porque estou cansada.
E mesmo tudo está acontecendo, eu nada estou provocando.

Fica de olhos abertos durante algum tempo. Depois enxuga as lágrimas com o lençol, fecha os olhos e ajeita-se na cama. Sente o luar cobri-la vagarosamente.
Dentro do silêncio da noite, o navio se afasta cada vez mais.

Todos passam.

É.
Nem curto mesmo ficar citando pessoas aqui...
Mas tava lendo esse livro de contos hoje, e achei muita coincidência.
Só isso.

Além disso, acordei me sentindo um problema.
Um problema que foi jogado em várias situações.
E está sendo eliminado de todas elas de uma vez só.
Nunca gostei de problemas.
(Não diga).
Desde a época da escola, que a professora ensinou o que era um 'problema de matemática'.
Desde aquela época eu odeio.
E gosto de eliminá-los.
E talvez seja isso que eu deva fazer.

2 comentários:

Anônimo disse...

você não é um problema! e quanto aos seus, você vai conseguir resolve-los!

;D

Rafael Kumoto disse...

Cansada demais pra tomar alguma atitude, mas não se cansa jamais de reclamar ou sentir-se cansada.

Bom, você só vai poder descansar quando o que te deixa cansado for resolvido. Se não vai à guerra, não pode reclamar.


Hoje não te mando beijo.

"Aah, um dia vai ficar como devia estar..."