sábado, 7 de junho de 2008

E era eu?

Estou com dor de cabeça.
Estou mesmo com dor de cabeça.
E acima de tudo, estou me sentindo muito desconfortável, porque não produzi quase nada nesta tarde.
Fiquei demorando pra pintar umas coisinhas.
E cortei uns papéis.
No mais, tirei o livro da bolsa.
E nem sai do capítulo um ainda.
Preciso agilizar.


Mas fiz um sanduíche de presunto, e comi Doritos e bolachas de morango.
E chá mate.
E a internet resolveu dar pal, mas sorte a minha que isso salva rascunhos.
Mesmo que eu não tivesse escrito grandes coisas, perder qualquer coisa seria um aborrecimento leve.

Ando precisando muito de amor.
Faz falta, sabe?
Não falo de amizade nem de família, ou sequer o amor fraternal, que pode vir de amigos que parecem ser do mesmo sangue.
Falo de um amor diferente.
Aquele amor que acho que nunca tive, mas acho que já dei.
Com o tempo a gente descobre que gostar de alguém não significa que essa pessoa vá gostar de você da mesma forma.
A gente só espera que isso ocorra.
E eu continuo esperando.

Não sou o primeiro nem o último ser do mundo com quem isso vá ocorrer.
Não me sinto especial ou diferente na dor.
Mas qualquer breve momento de solidão me destrói em múltiplos pedaços.
Mas eu tô melhorando, eu tô melhorando.
Aliás, estou progredindo.
Afinal, nos seus erros e acertos, o homem evolui, não?

Queria pegar um domingo pra ir te ver.
Fazer aquelas coisas de domingo.
Passear num parque qualquer, tomar um sorvete.
Sentar num banco e esquecer que o tempo passa.
O tempo anda passando tão rápido!
Parece que ainda era ontem que eu andava por aí sem preocupações.

E hoje, me vendo assim, tendo que amadurecer algumas coisas à força.
Sabe, acho que é menos pior do que eu pensava.
Só é ruim ficar sozinha.
Ah, isso é.

É ruim sentir saudades.
Mas é bom.
É bom saber que aquela amizade, aquele sentimento, aquele momento, é algo que ainda tá dentro de você.
É algo que foi bom, mas nem por isso você iria querer reviver.
A graça do momento, é o fato de ele ter sido único.
Por nada eu iria querer voltar no tempo.
Por mais que eu morra de vontades de voltar, não quero.
Entende?

Se voltasse agora, as coisas seriam muito diferentes.
Tenho uma cabeça diferente.
Nem melhor, nem pior.
Diferente.
E não seria nada a mesma coisa.
Queria coisas novas, e estou as tendo.
Queria coisas diferentes, e estou tendo.

Porque apesar de sempre saber que o mundo não ia parar e esperar eu catar os meus cacos no chão, eu não tinha noção.
É aquela coisa, você sabe, mas não entende.
E se você não entende, não sabe.
E agora eu tô fazendo isso.
Tô ocupada catando meus cacos.
Tô vendo que o mundo continua, e tem gente que já catou os cacos, ou sequer deixou eles caírem ou quebrarem.
E o mundo não se importa.
O mundo não tem nada a ver comigo.
Para o mundo, sei que sou um ser que respira.
Um ser que fala, pensa, ouve, respira, vive.
Já catei alguns dos cacos, mas há sempre aqueles que insistem em cair das minhas mãos.
Me dá muita raiva o fato de não conseguir alcançar alguns.
E isso me abate.
Me abate, mas não me deixa desistir.
Sempre, quase todos os dias, tenho muita vontade de desistir.
Mas tem algo dentro de mim que me impede.
E deve ser esse 'algo' que me permite continuar vivendo, acordando e respirando todos os dias.

Não estou assim tão mal.
Nada que não possa piorar, não é mesmo?
Estou apenas um pouco inquieta.
Estou querendo ficar quieta no meu canto, mas pra variar, não consegui ficar lá quieta.
Isso não é ruim.
Apenas estou tentando evitar falar algumas coisas.

uma tarde no Paraíso, calado e dizendo.
qualquer coisa que eu fale agora é mundano.

(Rangel, o cara que é meu ídolo e sabe.)

Abre os teus armários.
Eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sob os teus braços, castos.
Cobre a culpa vã
Até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo.

Canta que é no canto que eu vou chegar.
Canta o teu encanto que é pra me encantar.
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais.

Vale o meu pranto que esse canto em solidão.
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas.
Abre essa janela
A primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota.

Canto que é de canto que eu vou chegar.
Canto e toco um tanto que é pra te encantar.
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais.

(Casa Pré-Fabricada)

Mesinhas.

É isso.

2 comentários:

Unknown disse...

eu tive um ímpeto de escrever algo sobre os cacos e tal...mas ando preferindo o silêncio. gosto da música...e é isso aí.

.Ná. disse...

ficamos aos prantos quando precisamos de amor, não é?
Tem dias que acho que não vou aguentar também!
Beijos